A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados (CTASP) realizou audiência pública na manhã desta terça-feira (24) para discutir a recomposição salarial dos servidores públicos federais.
O vice-presidente da FenaPRF, Marcelo Azevedo, representou o sistema sindical dos PRFs. Azevedo destacou os prejuízos acumulados pela categoria nos últimos anos.
“A realidade que eu trago é que temos hoje um sentimento de desvalorização, de abandono e de traição. A nossa categoria passou a ser remunerada por subsídio. Hoje um policial ingressa na PRF recebendo cerca de 40% do que recebem outras categorias similares”, frisou.
O representante dos policiais ainda destacou os riscos aos quais os PRFs estão expostos em suas atividades diárias. “A nossa categoria não deixa só o suor, mas deixa também o seu sangue. Digo isso com pesar, na semana passada tivemos dois episódios que ilustram bem o que é ser policial rodoviário federal. Na quarta-feira dois colegas tombaram em serviço e na sexta-feira uma colega faleceu por suicídio”, disse Marcelo Azevedo.
Marcelo encerrou sua participação relembrando o último acordo cumprido pelo Estado brasileiro com as categorias policiais. De acordo com ele, em 2016, ainda no Governo Dilma, foi firmado um acordo de recomposição salarial e, mesmo com o afastamento da ex-presidente no processo de impeachmentt o acordo foi cumprido por Michel Temer, que nem havia participado das mesas de negociações.
“Ali não foi uma palavra dada por um servidor ou pela Dilma, foi um compromisso feito pelo Estado brasileiro. Hoje temos uma situação que a palavra é falada em eventos, em situações públicas mas não é cumprida”, finalizou.