GSI alega ‘risco à segurança’ para impedir que servidores utilizem a ferramenta
BRASÍLIA – Antes mesmo de o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o bloqueio do Telegram, na última quinta-feira, o governo já havia vetado o uso do aplicativo de mensagens entre funcionários para tratar de trabalho. A determinação, segundo documentos obtidos pelo GLOBO, partiu do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, que tem sob seu guarda-chuva a Agência Brasileira de inteligência (Abin). A alegação: “risco à segurança”.
A vedação do GSI para os funcionários trocarem mensagens via Telegram, no entanto, não se se estendeu a contas institucionais. Desde que passou a ter conteúdos considerados fake news excluídos de plataformas como YouTube e Twitter, no ano passado, o presidente Jair Bolsonaro passou a divulgar com mais frequência seu canal no aplicativo de origem russa. Ministérios e outros órgãos do governo também passaram a usar a ferramenta como um canal de serviços.
No caso da orientação aos funcionários, o GLOBO teve acesso a despachos, pareceres e termos de compromisso redigidos de outubro do ano passado a janeiro 2022 em quais o GSI alega que o Telegram é vedado no serviço público federal, dentre outros motivos, “por oferecer riscos potenciais de segurança da informação”. A vedação ao aplicativo, segundo os documentos, é válida desde 2019, quando hackers aproveitaram uma falha de segurança do Telegram para ter acesso a conversas privada de integrantes da Lava-Jato. Na ocasião, mensagens de procuradores, como as do ex-coordenador da força-tarefa da operação em Curitiba, Deltan Dallagnol, e do ex-juiz Sergio Moro, foram divulgadas pelo site “The Intercept Brasil”. O caso ficou conhecido como “Vaza-Jato”. Na matéria completa, exclusiva para assinantes, mais detalhes dos documentos, e como a vedação foi mal vista por funcionários da casa, e como a barreira funciona assim que o funcionário ingressa no serviço público.