Motociclismo na PRF: um pouco de história.
(Por: José Luiz Teixeira – PRF MOTOCICLISTA – 5ª SRPRF/RJ)
A Polícia Rodoviária Federal foi criada pelo presidente Washington Luiz no dia 24 de julho de 1928, através do Decreto nº 18.323 – que definia as regras de trânsito, à época, com a denominação inicial de “Polícia de Estradas”.
Mas somente em 1935, Antônio Felix Filho, o “Turquinho”, como ficou conhecido dentro da PRF, considerado o 1º Patrulheiro Rodoviário Federal, foi chamado pelo administrador, Natal Crosato, a mando do Engenheiro-Chefe da Comissão de Estradas de Rodagem, hoje DNIT, para organizar os serviços de vigilância das rodovias Rio-Petropólis, Rio-São Paulo e União e Indústria.
Apresentado ao engenheiro Yeddo Fiúza, “Turquinho” recebeu a missão de zelar pela segurança das rodovias federais e foi nomeado Inspetor de Tráfego, com a missão inicial de percorrer e fiscalizar as ditas rodovias. Para tal lhe foram cedidas duas motocicletas: uma Harley Davidson e uma ZÜNDAPP.
Claro que a história da Polícia Rodoviária Federal é muito maior, muito mais rica e muito mais gloriosa. Para nós, motociclistas, essa parte da história é muito importante, pois comprova que a motocicleta está presente na história e trajetória da PRF desde os seus primórdios. A bem da verdade, a Polícia Rodoviária Federal nasceu sobre as duas rodas de uma motocicleta.
Contam os mais antigos que, muitas vezes, realizaram o serviço de ronda e atendimento a acidentes, em estribos de caminhões, de carona em ônibus ou mesmo a pé. As dificuldades para locomoção do PRF, naquela época, eram grandes. Foram as MOTOCICLETAS os primeiros veículos a serem utilizados, de forma regular, pela POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL.
No início, apenas duas. Eram “pilotadas” por ANTONIO FELIX FILHO, o inesquecível TURQUINHO, e por MANUEL GOMES MARANHÃO.
Hoje, somos centenas de motociclistas batedores espalhados por esse imenso Brasil. O tempo passou e a PRF iniciou sua evolução que, graças ao Bom Deus, nunca mais parou.
A PRF de hoje não é mais Ronda e Posto. Viaturas e novos equipamentos foram, gradativamente, incorporados à PRF, dando maior dinamismo e confiabilidade aos serviços executados.
Hoje a PRF voa na segurança das “asas” da Divisão de Operações Aéreas (DOA); conta com pessoal técnico/administrativo do mais alto nível profissional; Núcleos de Operações Especiais (NOE); policiais adestradores de cães farejadores (Canil); além das equipes das diversas Delegacias, que realizam serviços de altíssima competência e profissionalismo.
Considerando-se os recursos, a PRF executa tarefas que nada ficam a dever, se comparada às melhores polícias do mundo.
Após a segunda guerra mundial, mais precisamente no mês de setembro do ano de 1947, o Brasil recebeu a visita de um ilustre político norte americano. Para participar do encerramento da CONFERÊNCIA INTERAMERICANA DA PAZ, realizada no Hotel Quitandinha, na cidade de Petrópolis/RJ, esteve em nosso país e trafegou por nossas estradas o Exº Sr. HENRY TRUMAM, Presidente dos Estados Unidos da América.
Para a realização da escolta e segurança de tão ilustre autoridade, foi confiada à POLÍCIA DE ESTRADAS, ou seja, à POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL, esta importante missão. Para tal foram adquiridas dez motocicletas HARLEY-DAVIDSON. Assim, no dia 05 de setembro de 1947, realizou-se a primeira “escolta” da PRF.
Nascia, portanto, o CORPO DE MOTOCICLISTAS DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL, que dele muito nos orgulhamos de pertencer.
Somos, portanto, o Corpo de Motociclistas mais antigo do Brasil.
Desde então, várias foram as autoridades escoltadas: Reis, Rainhas, Presidentes estrangeiros, Primeiros Ministros, Ministros de Estado, Embaixadores, Chanceleres. Todos os Presidentes da República Federativa do Brasil após 1947 e inúmeras outras autoridades civis, militares e eclesiásticas, tais como Suas Santidades os Papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco.
Em 1981, em visita oficial ao Brasil, o presidente da Venezuela, Exº Sr. Luis Herrera Campins, por ter tido problemas de horário com seu vôo, correu o risco de chegar atrasado em um compromisso protocolar. Mas, mesmo com o trânsito ruim de uma noite de sexta-feira no Rio de Janeiro e outros problemas impeditivos à fluidez do trânsito, a autoridade chegou ao seu compromisso, sã, salva e no horário.
Entusiasmado com o feito, o Sr. Presidente venezuelano fez absoluta questão de cumprimentar todos os motociclistas batedores que realizaram a escolta, e fez o seguinte comentário: “OU VOCÊS SÃO MUITO BONS OU SÃO TODOS LOUCOS. Se pudesse lavaria todos comigo para a Venezuela”. A escolta era da Polícia Rodoviária Federal.
Por ocasião da realização dos XV JOGOS PANAMERICANOS e dos III JOGOS PARAPANAMERICANOS foi confiada, com exclusividade, aos motociclistas batedores da Polícia Rodoviária Federal, a missão de escoltar atletas, dirigentes, árbitros e autoridades presentes ao evento. Para tanto reuniram-se, na Cidade do Rio de Janeiro, 256 motociclistas batedores.
Mais recentemente, foram realizadas escoltas de autoridades, atletas e dirigentes por ocasião da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.
Ao longo do tempo, homens e mulheres escreveram e escrevem com honra, suor e sangue o nome do CORPO DE MOTOCICLISTAS na história da POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL.
Muitos foram os companheiros que ajudaram a escrever esta história gloriosa do Corpo de Motociclistas da Polícia Rodoviária Federal. A eles nossas homenagens e nossa gratidão.
Deve-se, também, render homenagens aos motociclistas que, no cumprimento do dever, perderam a vida sobre as duas rodas de suas motocicletas.
SALVE O CORPO DE MOTOCICLISTAS DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL!
VONTADE DE MUITOS,
OPORTUNIDADE DE ALGUNS,
CORAGEM DE POUCOS.
Acima de tudo, ORGULHO DE PERTENCER.