Decisão veio em meio à pressão da categoria por reajuste salarial e reestruturação de carreira
O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta terça-feira (3), a convocação de mais 625 aprovados no último concurso para a Polícia Federal (PF), e outros 625 para a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“Foi o que deu para fazer com PLN 1”, disse para os apoiadores no “cercadinho’ do Palácio da Alvorada. Bolsonaro se referiu ao Projeto de Lei Nacional aprovado pelo Congresso Nacional no fim de abril.
O número de convocados é superior ao que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, tinha dito ser possível. Nesta segunda-feira (2), o chefe do Executivo ligou para Torres na frente dos apoiadores que estavam no cercadinho do Alvorada. Na conversa, o presidente pediu o aumento de mil vagas para cada força. Em resposta, colocada em viva-voz, Torres disse que o orçamento só permitiria a convocação de 535 agentes já aprovados em 2021 para PF e PRF.
Durante a fala desta terça, Bolsonaro não explicou como vai ser possível aumentar esse número indicado pelo ministro da Justiça. A medida ainda precisa ser publicada no “Diário Oficial da União”.
O PLN 1/2022, aprovado pelo Congresso Nacional, acrescenta R$ 2,57 bilhões no Orçamento da União deste ano. Deste valor, R$ 1,7 bilhão servirá para despesas do governo com pessoal. O Ministério da Defesa foi o principal beneficiado, ao receber R$ 986,28 milhões. Já o Ministério da Justiça e Segurança Pública recebeu R$ 59,1 milhões.
Bolsonaro tem sido pressionado por servidores da segurança pública. Durante a última quinta-feira (28), a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) realizou manifestações em todo o país contra o que chamou de “clara omissão” do Governo Federal.
A categoria é contra ser incluída em um reajuste linear de 5% para todos os servidores públicos federais. O valor é considerado insuficiente pelos agentes da corporação, que também aguardavam uma reestruturação mais ampla de carreira. Neste encontro com os apoiadores, o presidente não tratou do reajuste dos servidores federais.
(sob a supervisão de Rodrigo Vasconcelos*)